“A clínica e o teatro têm a função de ajudar pessoas muito encontradas a melhor se perderem”. É nessa sustentação paradoxal entre se encontrar e se perder que Sergio nos leva com seu estilo ímpar por um texto lúdico que sustenta o hibridismo entre teatro e psicanálise. Incongruências, desimportâncias, irrelevâncias e o sem pé nem cabeça são alçados à densidade de teorias e ganham estatuto de método. “A clínica faz a metapsicologia sofrer” e seu humor faz a metapsicologia rir, livrando as palavras da fatiga de tanto informar e inventando cais para quem quer se soltar. Quem já foi a alguma peça de Sergio ou frequentou sua sala de consultório – eu já fiz isso tudo – sabe o que esperar deste livro: um maravilhoso misto de seriedade e liberdade que compõe sua trajetória. Luciana Pires